O acesso à saúde pública e de qualidade é uma reivindicação antiga de todas as mulheres e mães. Mas para que o Sistema Único de Saúde (SUS) seja fortalecido e consiga atender todas as mulheres, com os seus mais diversos anseios e necessidades, é prioritário valorizar os profissionais da saúde.
A enfermagem é a categoria que atua na linha de frente na atenção primária, secundária e terciária. Para termos uma saúde pública de excelência, precisamos, primeiro, valorizar os profissionais que dedicam a sua vida para cuidar de todos que precisam de atendimento no sistema SUS.
Neste 8 de março, o SindEnfermeiro-DF convoca os profissionais de enfermagem para participar das lutas do Dia Internacional da Mulher. A concentração está marcada para o gramado ao lado da Sala Funarte, às 17h, seguida de passeata até a Praça do Buriti.
A entidade vai aproveitar a ocasião para pedir o fortalecimento do SUS para todes e lembrar que as enfermeiras estão presentes em defesa das mulheres e da democracia.
Este ano, o mote do 8 de Março Unificadas DF e Entorno 2023 é: “Vivas! Mulheres do DF e Entorno, por democracia e pelo bem viver, contra a fome, o racismo e o machismo, sem anistia aos fascistas”.
O sindicato se une aos diversos movimentos sociais e organizações feministas para reforçar a luta pelos direitos das mulheres, por emprego e igualdade salarial, fim do feminicídio e contra a desigualdade de gênero, a violência doméstica, o estupro e o racismo.
De acordo com uma pesquisa do Conselho de Enfermagem (Cofen), publicada em 2015, a equipe de enfermagem é predominantemente feminina, sendo composta por 84,6% de mulheres.
Entretanto, um estudo divulgado em junho de 2022, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), revela que as mulheres da área da saúde ganham 24% a menos que os homens.
O mesmo estudo destaca a questão do machismo e patriarcado, pois as profissões majoritariamente femininas tendem a ter remuneração mais baixa.
Por isso, o Sindicato dos Enfermeiros do DF prioriza a luta pela implementação urgente do Piso Salarial da Enfermagem.
O Piso Salarial vai trazer mais dignidade à enfermagem, e mais qualidade ao atendimento ofertado à comunidade usuária do Sistema Único de Saúde. A enfermagem está cansada de ser subjugada e deixada de lado. Tendo que trabalhar mais de 12 horas de domingo a domingo para conseguir dar um conforto mínimo à família.
O Sindicato também se junta a luta do 8M para pedir um basta aos feminicídios. A cada minuto, 14 mulheres são agredidas fisicamente em todo o Brasil. Foram mais de sete milhões de vítimas da violência doméstica somente no ano passado. Apenas nos três meses iniciais do ano, os brasilienses viveram com o drama de perder oito mulheres pelo feminicídio. De janeiro a março, já é possível projetar um aumento de 42% no crime de feminicídio no DF.
Por isso, enfermeiras, não vamos fugir da luta! Todas as conquistas e direitos das mulheres precisaram de muita luta e coragem.
