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Enfermagem do DF vai ao STF protestar contra suspensão do piso salarial

Publicada em 9 de setembro de 2022

Foto: Fernanda Ferreira/ASCOM SindEnfermeiro

Na manhã de hoje (09), a Praça dos Três Poderes foi tomada por centenas de trabalhadores da enfermagem, que saíram às ruas no grande ato organizado pelo SindEnfermeiro-DF, ABEn-DF e Coren-DF para protestar contra a decisão do ministro Luís Roberto Barroso – que suspendeu a vigência do Piso Salarial da categoria após pressão dos grandes empresários da saúde.

Mesmo com o calor e o tempo seco típicos de setembro, a categoria mostrou disposição e ocupou o espaço próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF) com cartazes, balões e faixas com mensagens apontando para a importância de valorização da categoria.

Representando o SindEnfermeiro, participaram do ato o presidente em exercício Jorge Henrique, as diretoras Ursula Nepomoceno, Marcela Vilarim, Kelly Cristina e Elisângela Motta, e os diretores Marcio da Mata, Suderlan Sabino, Rangel Fernandes, Marcos André, Fábio Aguiar, Ferdinan Lago e Inaldo Sarmento.

Mobilização nacional pelo piso

O ato, segundo o presidente Jorge Henrique, atende ao chamado nacional de luta pelo piso feita pelo Fórum Nacional da Enfermagem. Para ele, a suspensão do piso atende apenas aos interesses do grande empresariado da saúde, e a preocupação do Supremo com as contas públicas só existe quando há uma medida em prol do trabalhador.

“Hoje viemos para a porta do STF mostrar que a suspensão do piso foi uma medida tomada apenas para beneficiar os donos das grandes redes de hospitais. Não vi o Supremo questionar os repasses de verba pública retirada do SUS para financiar procedimentos em redes privadas, ou mesmo refletir sobre o prejuízo que a Emenda Constitucional 95 causou à saúde pública, mas como o piso da enfermagem é em prol do trabalhador, sempre há motivo para questionar”, afirmou.

Foto: Pedro Vinícius/ASCOM SindEnfermeiro

“Sem piso, sem enfermagem”

Jorge afirmou ainda que “o piso representa o reconhecimento histórico de uma categoria que entrega um resultado muito relevante para a população – que é a assistência em saúde. Afinal, estamos nas UBSs, UTIs e prontos-socorros, além de sermos os responsáveis pelos programas de imunização que salvaram muitas vidas durante a pandemia, mesmo trabalhando em condições degradantes no dia a dia. Não há saúde sem enfermagem, e sem o piso a enfermagem não fica mais”, completou.

Piso é dignidade

Foto: Pedro Vinicius/ASCOM SindEnfermeiro

Para o diretor Marcio da Mata, “o piso salarial representa o reconhecimento de uma categoria que passou os últimos dois anos enfrentando uma pandemia onde no início, ninguém sabia o que ia acontecer. E é por essas pessoas que estamos lutando, pois elas merecem valorização e a condição de poder dar às suas famílias o mínimo necessário a uma vida digna”, afirmou.

Suspensão do Piso

A decisão cautelar do ministro Luís Roberto Barroso foi concedida no último domingo (4) no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7.222. O ministro deu prazo de 60 dias para que entes públicos e privados da área de saúde informem o impacto financeiro do piso salarial, assim como os riscos para a empregabilidade na área e a possibilidade de eventual redução na qualidade dos serviços prestados na rede de saúde.