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Enfermeira é agredida na UBS 5 de Taguatinga; caso é o sexto em seis meses

Publicada em 22 de março de 2022

O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF), enquanto entidade representativa da categoria, infelizmente vem através desta nota relatar mais um caso de agressão contra uma enfermeira – desta vez, na Unidade Básica de Saúde nº 5, de Taguatinga, menos de quinze dias após a categoria ir às ruas pedir por respeito e pelo fim da violência contra a mulher no exercício do seu trabalho.

O motivo? Um paciente exigiu que a enfermeira em questão realizasse a troca de uma receita para que ele pudesse retirar um medicamento psicotrópico na farmácia da unidade, sem passar pela consulta médica – o que é proibido para medicamentos de uso controlado. E, após ter sido orientado pela enfermeira sobre o procedimento que seria necessário, o paciente se exaltou e chamou sua esposa – que desferiu um tapa no rosto da enfermeira.

Antes de se pronunciar sobre o fato ocorrido, o SindEnfermeiro ressalta desde já que está à disposição da enfermeira para prestar toda a assistência necessária e possível nos âmbitos jurídico e psicológico. Além disso, é importante relembrar que o sindicato vem tentando articular nos últimos meses a criação de um grupo intersetorial junto aos órgãos competentes para planejar e executar ações efetivas de combate à violência nas unidades de saúde do DF.

Mas o fato é: esta é a sexta agressão contra trabalhadoras da enfermagem documentada em menos de seis meses, e chega a ser repetitivo ter que dizer as mesmas coisas toda vez que um caso como esse acontece, sem que nada de concreto tenha sido feito por quem pode de fato tomar uma providência com urgência.

Em grande parte desses casos, o componente machismo está presente – mesmo no caso em questão, onde a esposa do paciente foi a agressora, mas por incentivo direto do marido que inclusive filmou as agressões, incitando a continuidade do ato covarde.

E grande parte desses casos foram amplamente relatados pela imprensa. Nós queremos acreditar que é impossível que a Secretaria de Saúde e o GDF não tenham conhecimento da gravidade desse problema nos hospitais e UBSs. Então por que esses agressores não são devidamente punidos, e seguem suas vidas fingindo que nada aconteceu – chegando ao ponto de recorrer à justiça para solicitar a retirada de materiais que denunciam esses abusos das redes sociais?

O que falta para que uma providência seja tomada e o nosso apelo por mais segurança nas unidades de saúde, que já dura anos, seja ouvido? Um feminicídio?

Nós não vamos esperar uma tragédia acontecer com uma enfermeira. E estamos cansados de ouvir o nosso apelo ser ignorado.