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Semana Brasileira de Enfermagem

Região centro-sul e HRAN realizam atividades para celebrar Semana Brasileira de Enfermagem

Publicada em 17 de maio de 2018

Enfermeiros, trabalhadores da saúde em geral, sociedade, hospitais e regionais prosseguem com os eventos, em virtude da Semana Brasileira de Enfermagem (SBEnf). Palestras, debates, cursos, comemorações e reflexões são realizados a cada dia, em diferentes regiões do Distrito Federal.

Na última quarta (16) , foi a vez da região centro-sul e do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) debaterem a situação atual e as perspectivas da enfermagem. Os eventos aconteceram no Centro de Treinamento e Capacitação (CTC) – localizado no Guará I – e no auditório do HRAN respectivamente.

Centro-sul

Durante o evento da região – que engloba Estrutural, SIA, Candangolândia, Núcleo Bandeirante, Guará, Parkway, Riacho Fundo I e II -, a presidente do SindEnfermeiro-DF, Dayse Amarílio, falou sobre a valorização do enfermeiro, na assistência primária. Dayse chamou a atenção para a contradição entre as celebrações da SBEnf e o reconhecimento dado aos profissionais no dia-a-dia.

“Essa questão de pensar no valor do enfermeiro e do técnico só na Semana Brasileira é um equívoco. A gente fala tanto de valorização. Mas as pessoas, às vezes, acham que os profissionais de enfermagem são anjos. Temos uma profissão muito vocacionada, mas somos uma ciência”, disse.

A presidente do SindEnfermeiro-DF alertou para o tema da segurança do paciente, sob a perspectiva do enfermeiro. “Não adianta falar de segurança do paciente, se não falar de dimensionamento de pessoal. O que temos visto, em muitos locais, é o enfermeiro com 40 e até 60 pacientes sob sua responsabilidade”, disse Dayse, citando pesquisa que apontou para o aumento em 20% da probabilidade de óbitos, nos casos em que profissionais se responsabilizam por 10 ou mais pacientes.

Dayse valorizou o fato do Distrito Federal adotar a Estratégia de Saúde da Família, na assistência primária e destacou que o SindEnfermeiro-DF busca, com frequência, contribuir no desenvolvimento da estratégia. “É inquestionável que a ESF é a melhor escolha para a atenção primária. Quem duvida que o DF estava atrasado em relação a isso?”, questionou Dayse, lembrando que o SindEnfermeiro-DF, juntamente com a Frente Única da Enfermagem (FUEnf), trabalhou pela criação das carreiras de especialistas para enfermeiros obstetras e de família e comunidade.

HRAN

O Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) realizou evento com palestras para profissionais do hospital e alunos de enfermagem. Dayse Amarílio destacou a importância do público universitário em momentos como o da SBEnf. “É uma ocasião importante para termos a presença dos alunos, nas discussões. Eles são o futuro da profissão”, lembrou.
A presidente do SindEnfermeiro-DF chamou a atenção para pesquisa que aponta o curso de enfermagem como o 5º maior em número de matrículas, no Reino Unido, onde se desenvolvem campanhas importantes de emancipação do profissional e conscientização em torno na relevância da enfermagem para a sociedade.

Em contraponto, Dayse expôs a vulnerabilidade vivida pelo enfermeiro no Brasil. “De acordo com pesquisas realizadas nos últimos anos, 16,8% dos profissionais de enfermagem declaram ter renda mensal inferior a 1 mil reais”, disse. A presidente do SindEnfermeiro complementou lembrando que, no Distrito Federal – unidade da federação com cerca de 44 mil profissionais de enfermagem -, 15% relataram o desemprego nos últimos 12 meses como a principal dificuldade da área. 13,3% apontam o baixo salário como o maior obstáculo para exercer a profissão.

Dayse, no entanto, prosseguiu destacando o fato da intrínseca necessidade do ser-humano de ser cuidado e de precisar de pessoas capacitadas para tal. “Nossa profissão não vai ser substituída por máquina nenhuma. A gente não está ameaçado pela tecnologia. O cuidado nunca esteve ameaçado”, disse, citando os projetos de capacitação, reconhecimento e empoderamento do profissional de enfermagem desenvolvidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a necessidade da ocupação das posições de decisão, na sociedade, por profissionais de enfermagem.

“A ONU identificou que o enfermeiro, em posições estratégicas, tem a capacidade de desenvolver políticas públicas de saúde mais próximas à população, além de programas mais viáveis e de maior eficácia”, concluiu Dayse, destacando a relevância do empoderamento da categoria.