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SindEnfermeiro acompanha protesto contra o assédio moral no HRT

Publicada em 19 de janeiro de 2018

Nessa sexta (19), o SindEnfermeiro acompanhou protesto da equipe de enfermagem do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) contra o assédio moral o abandono do serviço público de saúde. Enfermeiros se reuniram em frente ao pronto-socorro do hospital, com faixas, e uniram as vozes contra possíveis represálias praticadas pelas chefias e também por melhores condições de trabalho.

O protesto acontece em meio a remoção – da emergência para o centro cirúrgico – de um enfermeiro, após expor as condições em que os pacientes são atendidos – por falta de estrutura, material e RH – e pedir providências à Gerência de Enfermagem e à Superintendência da região sudoeste. De acordo com profissionais, a remoção teria sido arbitrária.

Em ofício, a gerente de enfermagem, Lucivane Julia de Queiroz alega que a unidade de pronto socorro seria “altamente insalubre ao servidor” e que o objetivo da remoção seria “evitar futuros prejuízos a saúde” do enfermeiro.

O profissional pediu para não ter o nome revelado, em virtude de possíveis complicações aos desdobramentos do caso. No entanto, funcionários afirmam que o servidor não possui nenhum problema de saúde que o impeça de exercer sua função.

Ao contrário do que é alegado pela chefia, funcionários e pacientes do HRT afirmam que o profissional é fundamental para que a assistência mínima seja prestada, no pronto-socorro do hospital.

Girlene dos Santos (52), chegou ao HRT acompanhando a mãe, Leonor da Conceição, vindas de Santo Antonio Descoberto. De acordo com Girlene, o enfermeiro fez todos os esforços e procedimentos necessários para que Leonor, aos 77 anos, fosse atendida, com uma fratura na perna.

Funcionários afirmam que, assim como no caso de Leonor, o enfermeiro busca prestar assistências a todos os pacientes (principalmente os mais graves), mesmo diante da falta de recursos, insumos, materiais e de RH do hospital.

O hospital sofre com superlotação, além de falta de leitos e profissionais para atendimento. Pela unidade, pacientes espalham-se pelo chão e lá ficam por até 4 dias, a espera de atendimento.

Segundo os colegas de trabalho, o enfermeiro foi removido, justamente, pela dedicação integral que tem aos pacientes. O que o levou a expor – para a chefia – as condições desumanas a que cidadãos se sujeitam, no HRT.

Volta pra casa sem atendimento

Enquanto estivemos no pronto-socorro, diversos pacientes chegaram ao hospital e saíram por falta de atendimento. Naiara de Paula (28), levou o namorado ao HRT depois de já ter ido ao Hospital de Ceilândia. “Ele está com febre altíssima, que não passa, e muita dor nas costas. Isso, já há 3 dias. Lá não tem atendimento também (em Ceilândia). Pediram para vir pra cá. Chegamos aqui e também não tem atendimento”, disse apressada para encontrar uma solução para o caso.

Jarbas, com problemas na coluna, também voltou para casa sem ser atendido. “Você não anda. Você não senta. Você não consegue fazer nada. Já fomos a vários hospitais de Brasília. Em nenhum conseguimos atendimento. Viemos do Paranoá. Vamos voltar à noite para ver se tem alguma coisa”, contou já querendo ir embora em função da dor que sentia.

Reunião com a chefia

O SindEnfermeiro solicitou reunião com a Superintendência, Diretoria e Gerência de Enfermagem, com o objetivo de ouvir a chefia sobre a situação e buscar uma solução para que setor de emergência, profissional e, principalmente, pacientes não sejam ainda mais prejudicados, diante de toda a falta de estrutura que o hospital apresenta. O sindicato também busca, na Justiça, tutela de urgência para que o servidor não seja removido arbitrariamente.