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O SindEnfermeiro-DF vem por meio desta nota emitir seu posicionamento sobre o “lockdown” adotado pelo Governo do Distrito Federal (GDF), que apesar de ter o objetivo de reduzir a circulação de pessoas nas ruas, manteve boa parte dos serviços funcionando em meio ao momento mais crítico desde o início da pandemia.
Estamos diante de um caos, em que o Distrito Federal já perdeu mais de 100 vidas apenas na última semana. Mesmo assim, o número de atividades permitidas só aumenta – agora, as escolas particulares e as academias estão autorizadas a abrir, mesmo sendo considerados locais com alto risco de contágio.
O SindEnfermeiro é contrário à liberação pois acredita que o “abre e fecha” das escolas prejudica não apenas o bom rendimento dos alunos, mas afeta também a saúde mental – basta observar o aumento nos casos de depressão em jovens na idade escolar.
Além disso, há certa incoerência em permitir que apenas escolas particulares reabram suas portas, reforçando ainda mais a distância em termos de conteúdo entre os alunos de escolas públicas – dando a impressão de que educação é um privilégio para quem pode pagar.
Outro ponto que precisa ser levado em conta é que, com as novas variações do vírus – mais contagiosas e letais, o número de crianças e adolescentes infectados em estado grave nas UTIs aumentou de forma alarmante em relação ao início da pandemia, há um ano.
Mas é importante salientar que no momento, nem mesmo a adoção de um lockdown mais abrangente seria sozinho capaz de reverter a situação em curto prazo. É necessário que os processos para a aquisição de vacinas sejam mais rápidos, as medidas de conscientização sejam reforçadas junto à população, e que a fiscalização seja de fato efetiva.
O fechamento de leitos de UTI também contribuiu para a situação catastrófica que estamos enfrentando, pois quando o sistema de saúde entra em colapso, falta leito, atendimento e medicamento para o bebê prematuro, para o hipertenso, para o diabético, para quem sofrer um acidente de carro ou até mesmo para quem simplesmente tiver uma apendicite.
O lockdown só será efetivo com uma série de medidas em conjunto. E o que temos no momento é somente uma restrição seletiva de atividades que mais prejudica do que protege a população.
