O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal participou na manhã desta terça-feira, 12, de um ato simbólico na Casa de Parto em São Sebastião. Por conta do Dia do Enfermeiro Obstetra – comemorado hoje -, a gerência da Casa organizou o café da manhã e o “abraço coletivo” ao espaço. Além de homenagear os profissionais, o ato quis chamar a atenção para a importância do atendimento prestado no local.
De acordo com Clarice Maciel, gerente da Casa de Parto e enfermeira obstetra, “a Casa de Parto é referencia no DF e no Brasil todo”. “Somos diferentes de muitas outras porque somos peri-hospitalar e estamos mais distante do hospital, estamos habilitados pela Rede Cegonha desde 2015. Nós temos um controle muito importante dos indicadores dos partos que são feitos aqui na Casa de Parto”, destacou.
Portaria MS 715/2022: um ataque à enfermagem obstétrica
O Ministério da Saúde publicou no dia 06 de abril a Portaria 715/2020, que desmonta a Rede Cegonha, uma das mais bem-sucedidas políticas públicas de assistência ao pré-natal, parto e puerpério no Brasil e referência internacional.
A Rede Cegonha propõe maior disponibilidade de atendimento no pré-natal, garantia de realização de todos os exames necessários, inclusive um exame de ultrassonografia, encaminhamento para atendimento se houver alguma complicação durante a gravidez e vinculação da gestante à maternidade de referência para o parto. Os profissionais de saúde estarão melhor preparados para acolher a gestante e a criança, além de atende-las com segurança e cuidado mais humanizado.
“Nós aproveitamos a data comemorativa para mostrar o nosso trabalho, porque nós temos discutido desde a semana passada a nova portaria de atenção à mulher e à criança que não considerou os centros de partos normais peri-hospitalares. Nós iremos continuar aqui. Nós temos dados para mostrar a segurança nos atendimentos”, finalizou Clarice.
É preciso se posicionar contra a Portaria 715 do MS
Para Jorge Henrique, secretário-geral do SindEnfermeiro, “o Dia da Enfermeira Obstetra, é muito importante que a Enfermagem se posicione contra a Portaria 715, que exclui a enfermeira obstetra da assistência ao parto e nascimento.”
“São as enfermeiras que ofertam atenção qualificada ao parto de baixo risco, humanizado e orientada ao parto normal. Isso se torna ainda mais simbólico, quando esse ato de resistência é organizado pelas enfermeiras da Casa de Parto de São Sebastião, referência para o Brasil por apresentar indicadores incontestáveis ao momento do parto e nascimento. Por isso, é preciso que a Enfermagem lute contra os desmontes dos programas que democratizam o acesso da população à Saúde”, completou Jorge.