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NOTA DE REPÚDIO: Enfermeira é agredida por paciente em UPA do Recanto das Emas

Publicada em 4 de janeiro de 2022

Fotos: Reprodução/arquivo pessoal

Três dias. Esse foi o tempo necessário para 2022 registrar a primeira agressão a uma enfermeira no exercício de sua profissão no Distrito Federal.

Na tarde de ontem (03), uma enfermeira da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas foi agredida pela filha de uma paciente com um soco no rosto e arranhões pelo corpo, após a agressora alegar que a equipe da unidade se recusava a atender sua mãe – que já havia passado pela triagem da classificação de risco de acordo com os protocolos adotados em toda rede pública do DF.

No entanto, o fato é que a unidade não contava com sua equipe completa e por conta deste déficit de profissionais, passou a atender apenas casos de alta gravidade (ou vermelhos) durante o dia, de acordo com a classificação de risco – constantemente reavaliada pela equipe de enfermagem para que haja a priorização dos pacientes de acordo com a gravidade dos casos.

A enfermeira fez o boletim de ocorrência na delegacia da cidade, e foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização do exame de corpo delito.

O ato covarde ocorrido na UPA do Recanto das Emas é mais um capítulo de uma triste realidade nas unidades de saúde do DF. Além de enfrentar péssimas condições de trabalho e falta de profissionais para as equipes, as enfermeiras da rede pública ainda precisam lidar com outro problema: o medo de ser agredida ou até mesmo perder a vida no seu local de trabalho.

Por outro lado, mesmo com tantos casos de agressões a enfermeiras amplamente divulgadas na imprensa, o que se nota é que nenhum esforço foi feito até aqui por parte da Secretaria de Saúde e do Governo do Distrito Federal para que sejam tomadas providências de reforço no policiamento fora e dentro dos hospitais, unidades básicas e UPAs.

Além disso, faltam ações de prevenção a agressões e assédios de todo tipo com ênfase nas enfermeiras, mais suscetíveis a ataques não apenas por estarem na linha de frente, mas também pelos infelizes contornos da misoginia e do machismo tão presentes em nosso cotidiano.

O SindEnfermeiro-DF, na pessoa da presidente Dayse Amarílio, entrou em contato com a enfermeira e colocou à disposição todo o amparo psicológico, administrativo e jurídico possíveis no momento. Além disso, o sindicato vai planejar nos próximos dias uma série de ações para cobrar um posicionamento firme dos órgãos competentes.

A enfermagem precisa de segurança para trabalhar, e nós não vamos mais aceitar calados nenhum tipo de desrespeito.