O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal vem por meio dessa nota expor sua preocupação e repúdio à Portaria 800/2021 do Ministério da Educação (MEC), que permite que quase 15 mil vagas para o curso de graduação em Enfermagem na modalidade de Educação à Distância (EaD) sejam criadas.
A Enfermagem está em contato com o paciente em todas as etapas da sua vida, da gestação até o último suspiro. Teoria e prática não essenciais para a formação desses profissionais, o tocar, sentir e olhar são necessários para uma formação completa desses profissionais, afinal, a enfermagem cuida de seres humanos, não de máquinas. O cuidado se constrói no dia a dia, não em uma tela de computador!
Expandir de forma desordena cursos de graduação em Enfermagem em EaD vai ao encontro da política genocida do atual governo, que visa apenas o lucro sem se preocupar com o bem-estar da sociedade, apenas para satisfazer os interesses do empresariado. É inaceitável que o MEC seja conivente com uma barbaridade como essa. Estamos falando do comprometimento da formação de futuros profissionais da saúde, profissionais que cuidarão da saúde da população brasileira.
Enquanto o Ministério da Educação é cumplice desse ataque à enfermagem, nossa categoria ainda luta por valorização. A Enfermagem ainda luta para ter a carga-horária e o piso salarial regulamentados. A luta da categoria dura mais de 60 anos!
O SindEnfermeiro-DF como entidade representativa dos enfermeiros, se posiciona veementemente contra a criação de cursos de Enfermagem em EaD, pois entendemos que esses cursos não formarão profissionais capazes de atuar e compreender a totalidade do cuidar, não por capacidade intelectual dos estudantes, mas pela ineficiência da educação à distância. Destacamos também que, assim como o COFEN e os CORENs, apoiamos o Projeto de Lei 2891/2015 que proíbe a formação de enfermeiros e técnicos em enfermagem por meio EaD.