O plenário da Câmara Legislativa do DF (CLDF) recebeu ontem (12) a comissão geral para debater sobre a situação do Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do DF (IGESDF) – responsável pela administração dos hospitais de Base, Santa Maria, e de todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do DF.
O debate, conduzido pelo distrital Chico Vigilante (PT), contou com a participação da presidente do SindEnfermeiro, Dayse Amarílio, a presidente do Conselho de Saúde do DF, Jeovânia Rodrigues, além de parlamentares de oposição e da base aliada ao GDF. Também participou da comissão o presidente do IGESDF, Gilberto Occhi.
Durante a comissão, que durou cerca de três horas, o gestor do instituto recebeu inúmeras críticas e questionamentos sobre a situação do instituto – especialmente a respeito do tamanho da dívida contraída pelo IGES, em contraponto aos benefícios pagos aos altos cargos. De acordo com Occhi, o valor dos débitos é de aproximadamente R$ 370 milhões, e serão necessários em torno de mais R$ 610 milhões suplementares para que o instituto consiga manter suas atividades até o fim do ano.
A presidente do SindEnfermeiro, Dayse Amarílio, enfatizou em sua fala na comissão as recorrentes denúncias recebidas pelo sindicato sobre as condições de trabalho do IGES. Segundo Dayse, os relatos vão desde enfermeiros que foram demitidos e em seguida readmitidos com salários inferiores, o não pagamento de direitos trabalhistas nos casos de rescisão, até a falta de insumos básicos como cateteres, medicamentos e outros equipamentos diversos.
“Já chegaram denúncias para nós [sindicato] que existem profissionais sendo demitidos e readmitidos com salário menor, sob o pretexto de “economia”, além de outros relatos de que os direitos trabalhistas devidos não estão sendo pagos àqueles que foram dispensados”, afirmou.
Outro ponto abordado pela representante do sindicato diz respeito à alta rotatividade dos trabalhadores.
“Nós vemos uma rotatividade muito grande nos quadros do instituto, especialmente no hospital de base. E essa troca contínua de profissionais gera uma descontinuidade dos fluxos de atendimento, e impacta diretamente na qualidade do serviço prestado”.
Questionamento sobre dívidas
“Em outra audiência, inclusive com senadores e secretários de estado, foi pontuado que o que faltou ao IGES não foi dinheiro, e sim gestão. E nessa ocasião, muito foi dito que deveríamos pensar no futuro, mas, como fazer isso se não sabemos nada sobre o passado? Afinal, qual é o tamanho real da dívida do instituto?”, pontuou Dayse.
Plenário esvaziado e CPI do IGES
“Só nove deputados compareceram a uma audiência tão importante, e isso me deixa muito triste. Essa é a casa do povo, e é desrespeitoso com a população não termos aqui os seus representantes. E, já que tanto foi falado em apontar para o futuro, se não há o que temer, então por que não instaurar a CPI [do IGESDF]?”, finalizou.
Ao todo, dos 24 parlamentares, 13 não compareceram à sessão, e dois estão licenciados do cargo.