A determinação do GDF para que as sobras de vacinas contra o coronavírus sejam destinadas aos profissionais das forças de segurança do Distrito Federal é justa, e dá respaldo ao trabalho de mais de 10 mil profissionais nas polícias Civil e Militar que atuam diariamente nas ruas da capital.
No entanto, desde que a medida passou a valer, profissionais da Enfermagem e de outras categorias – além de reportagens veiculadas na imprensa nos últimos dias – relatam recorrentes episódios de assédio moral, intimidação e truculência por parte de uma minoria de membros da Polícia Militar (PMDF) e da Polícia Civil (PCDF) para a aplicação de vacinas fora do protocolo estabelecido pela SES.
É importante salientar que o desacato a profissional de Enfermagem no exercício da profissão configura crime previsto no Código Penal Brasileiro, art. 331 – com pena de detenção de até dois anos.
A atitude, além de reprovável, não encontra qualquer justificativa, já que não há vacinas para grande parte da população, e uma parcela significativa de profissionais da saúde – cerca de 25 mil, segundo o COREN-DF, ainda não foi imunizada. Ou seja: não adianta brigar, pois infelizmente essa é a nossa realidade.
Por fim, nós ressaltamos a importância dos profissionais da segurança pública, e sabemos que o trabalho dessa categoria e de tantas outras é fundamental nesse momento tão delicado que o DF enfrenta. Mas só a união de forças será capaz de reverter este quadro.
No entanto, uma minoria precisa entender que a farda não é uma porta para privilégios, e sim um compromisso com a população. Estamos trabalhando e queremos respeito.