Email sedfcontato@gmail.com
Telefone (61) 3273 0307

Nota conjunta das entidades da enfermagem sobre o Lockdown no DF

Publicada em 1 de março de 2021

A Frente Única da Enfermagem (FUEnf) vem por meio desta nota declarar seu apoio ao lockdown decretado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) neste momento, por entender que a medida é extremamente necessária pois o sistema de saúde do DF está em colapso.

O lockdown neste momento é extremamente necessário, mas sozinho não será efetivo, deixando a população refém dessa ação tão radical. É necessário planejamento responsável e medidas como vacinação, rastreamento, isolamento dos casos confirmados, testagem em massa, aumento da frota no transporte público, auxilio emergencial para a população carente, acessibilidade de empréstimo para pequenas e médias empresas, estabilidade no emprego e coibir de fato aglomerações e atividades desnecessárias.

Reiteramos assim que, o lockdown só será eficaz se somado com as ações listadas acima e assim frearemos um número ainda maior de mortes, impediremos um caos funerário e impediremos que a situação vivida pela população do Amazonas aconteça em plena capital do país.

Apoiar o lockdown não nos impede de criticar a falta de planejamento do GDF. Depois de um ano de pandemia, deixar que o sistema de saúde pública chegue à beira do colapso é algo inadmissível. Falta gestão, compromisso e estratégia no combate à pandemia e quem paga o prejuízo pelas falhas dos nossos governantes é a população, mais uma vez obrigada a se submeter a medidas tão radicais.

Infelizmente, as unidades de saúde estão superlotadas de pacientes com sintomas respiratórios, as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) estão com taxa de ocupação próxima a 100% e os profissionais da linha de frente estão no limite também. A enfermagem e outras categorias já acumulam centenas de mortes, além das sequelas físicas e psicológicas deixadas na saúde desses trabalhadores.

A alegação de que o lockdown não funciona é falsa. Em todos os lugares que foi feito da maneira correta, onde a população se corresponsabilizou, a medida achatou a curva de contaminação e permitiu ao sistema de saúde se adaptar e absorver a demanda de pacientes. Países que adotaram essa estratégia, como a Nova Zelândia e Austrália, já voltaram à vida normal, com prejuízos econômicos menores do que o que estamos enfrentando no Brasil.

Não estamos falando apenas dos pacientes com Covid-19. Quando o sistema de saúde entra em colapso, falta leito, atendimento e medicamento para o bebê prematuro, para o hipertenso, para o diabético, para quem sofrer um acidente de carro ou até mesmo para quem simplesmente tiver uma apendicite. Por isso, o lockdown só será efetivo se estiver atrelado às medidas listadas no início da nota.