Na manhã desta sexta (30), pacientes e servidores do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) se uniram em prol de um objetivo nobre: o restabelecimento do pleno atendimento aos usuários do instituto. A mobilização, que reuniu grupos de pacientes, entidades de defesa da enfermagem e trabalhadores, foi apoiada pelo SindEnfermeiro-DF e contou com a participação da presidente da entidade, Dayse Amarílio, o secretário-geral Jorge Henrique, e os diretores Adriano Limírio, Ursula Nepomoceno e Inaldo Sarmento.
Em carreata com mais de 30 veículos, o grupo saiu do estacionamento 3 do Parque da Cidade, e cruzou todo o Eixo Monumental – passando por ministérios e Congresso Nacional – e retornando ao Palácio do Buriti, onde foi realizada a concentração dos manifestantes.
Em fala para o público, a presidente do SindEnfermeiro apontou a gravidade da situação enfrentada pelo ICDF, e ressaltou que a mobilização em prol do instituto não se trata apenas sobre o que diz respeito aos trabalhadores, mas também para garantir a continuidade dos serviços, e o pleno acesso da população à unidade, considerada referência no Distrito Federal.
“Muitas vezes, a nossa luta pelo acesso aos serviços especializados do Instituto é confundida com uma luta pelos direitos dos trabalhadores. Mas só para termos um exemplo da gravidade do problema, existem mais de 60 crianças aguardando atendimento na fila do ICDF, e não sabemos onde elas estão sendo assistidas e muito menos se elas estão tendo essa assistência, porque não há um local para que elas possam fazer os seus procedimentos”, afirmou.
Uma das enfermeiras do ICDF presentes na manifestação, Maria Ducarmo Barros desabafou sobre as dificuldades enfrentadas para a prestação do serviço – que, segundo ela, representam uma crueldade com todos aqueles que precisam do atendimento do instituto.
“Os pacientes que aguardam uma cirurgia ou transplante estão morrendo em casa! Nós já chegamos a situações extremas de ter que solicitar a devolução de um órgão por não termos insumos suficientes para realizar o transplante. Então, nós temos que cobrar mesmo por melhorias.”
Por fim, a enfermeira faz um questionamento que sintetiza a dúvida de trabalhadores, pacientes, e de toda a população do DF: “Cadê o dinheiro do ICDF?”
