O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF) esteve ontem (23) no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), para averiguar as condições de trabalho dos servidores da unidade, bem como o cumprimento dos protocolos necessários e a disponibilidade de insumos e medicamentos para os pacientes.
Durante a visita, guiada pela presidente do SindEnfermeiro, Dayse Amarílio, e o diretor executivo Tarcísio Faria, foram constatadas algumas situações que geram grande preocupação – sendo a principal delas a falta de medicamentos essenciais para pacientes que se encontram tanto nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) destinadas aos infectados com o coronavírus, como também para aqueles que estão em tratamento intensivo para outras enfermidades.
De acordo com Dayse, o problema é tão grave que duas das dez UTIs disponíveis aos pacientes com a Covid-19 estão bloqueadas justamente por conta da falta dos medicamentos sedativos e vasopressores. “Estão faltando medicações essenciais para manter o suporte de vida aos pacientes graves, como a noradrenalina – que está praticamente zerada, e o midazolam, utilizado para a sedação dos pacientes”.
Na farmácia da unidade, os estoques dessas medicações estão muito abaixo do ideal e, segundo informações apuradas durante a visita, a Secretaria de Saúde (SES-DF) não deu uma data concreta para o reabastecimento dos insumos em falta.
Servidores não são testados há quatro meses
Outro ponto que gerou grande apreensão diz respeito à testagem dos profissionais. Foi constatado que o procedimento – que deveria ter periodicidade de 15 dias – não está sendo realizado há 4 meses, provocando um iminente risco de contaminação em massa na unidade, e agravando ainda mais o quadro de absenteísmo dos servidores – que se encontra em uma situação preocupante.
A unidade tem convivido, ainda, com o problema do dimensionamento de pessoal – uma questão antiga, e que tem gerado situações adversas, a exemplo de profissionais de enfermagem que estão realizando atendimentos em duas ou mais especialidades para suprir a falta de profissionais no HRC.
O SindEnfermeiro enviará, nos próximos dias, uma solicitação à Secretaria de Saúde para buscar uma resposta sobre a previsão de compra desses medicamentos e, além disso, fará nova visita à Farmácia Central para verificar a disponibilidade dos mesmos, bem como o estoque de insumos e outros materiais essenciais para a prestação do atendimento em toda a rede pública.