Na manhã de hoje (24), o Hospital Regional do Guará (HRGu) recebeu a visita da Ação Conjunta Covid-19 – iniciativa que reúne SindEnfermeiro-DF, COREN, ABEn-DF, OAB-DF, Conselho de Saúde do DF e a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa.
O grupo esteve na unidade para acompanhar a rotina dos trabalhadores, equipamentos de proteção individual, o fluxo de atendimento e a retaguarda dos serviços, assim como a segurança dos profissionais e a coleta dos exames feitos pelos pacientes com suspeita de Covid-19.
O alto número de servidores estatuários e terceirizados infectados na unidade têm gerado grande preocupação – somados, os casos de coronavírus já ultrapassam 90 entre os trabalhadores do hospital. A situação se torna ainda mais grave se considerado o reduzido espaço físico na unidade, além da falta de suporte para a oferta das especializações.
Também foi apurado que a direção do HRGu vem realizando alterações e adaptações nos protocolos para a triagem e classificação de risco – que ainda não dispunha de um local específico. Agora, a realização da classificação de risco está sendo feita no espaço destinado à internação pediátrica – que foi redirecionada para o Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), e mantém no HRGu apenas as alas destinadas ao pronto socorro pediátrico.
No entanto, as medidas ainda estão em fase de implementação, sendo que durante a visita foi observado que os ambientes ainda não foram completamente adaptados, e os pacientes suspeitos ainda estão adentrando a unidade pelo mesmo acesso que os pacientes que não estão infectados.
Alguns dos pontos positivos destacados na visita são a correta sinalização dos ambientes do hospital, além do uso de ferramentas como o QRCode para acesso ao fluxograma de atendimento na unidade. Para a presidente do SindEnfermeiro, Dayse Amarílio, apesar das providências, existe uma grande preocupação, pois as medidas tem sido adotadas tardiamente nos hospitais e unidades de saúde.
“Desde o início da pandemia, vem sendo colocado que os hospitais da rede precisariam de suporte para que os pacientes pudessem ficar o mínimo de tempo possível nas unidades. A adoção tardia dessas medidas coloca em risco não só os pacientes, como todos os servidores que estão trabalhando na assistência”, pontuou.
Dayse ressalta, ainda, que é importante que o Hospital de Campanha do Mané Garrincha passe a ser utilizado em sua capacidade máxima pois, segundo ela, “os hospitais que não possuem condições para manter pacientes por muito tempo precisam funcionar como retaguarda para o Hospital de Campanha, pois agora todos os leitos estão regulados, e por vezes pacientes precisam esperar até dois dias para serem transferidos”.
Após essa visita, será elaborado um relatório com toda a situação encontrada na unidade. As denúncias serão encaminhadas para o Ministério Público do Trabalho, e as instituições cobrarão do IGESDF a resolução dos problemas o mais rápido possível.