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“Sou feliz e realizada por ser enfermeira obstétrica” essa é a resposta que a Gerusa Amaral de Medeiros dá quando perguntada o que a enfermagem e a obstetrícia representam para ela. Casada há 50 anos e mãe de dois filhos, Gerusa se formou em enfermagem em 1993 pela Universidade de Brasília, na época com 40 anos. Hoje com 66, atua como enfermeira da Secretaria de Saúde desde 1996 e tem um currículo de causar inveja.
Especialista em Educação Sexual e Obstetrícia pela Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO Nacional), já trabalhou nos centros obstétricos do Hospital Regional da Ceilândia e Hospital Materno Infantil de Brasília e já foi coordenadora da Casa de Parto de São Sebastião, dedicando sua carreira às futuras mães e seus filhos.
Ex-bolsista da Agência de Cooperação da Internacional do Japão (JICA), Gerusa participou do Curso de Humanização do Parto e Nascimento nas Casas de parto do Japão. Na ocasião, ela e outras 50 enfermeiras obstétricas viajaram para o país e foram treinadas para serem multiplicadora do modelo assistencial japonês no Brasil. Esse foi um projeto do Ministério da Saúde com a embaixada do Japão e a JICA.
Aos que sonham ingressar em residências em enfermagem, Gerusa fez parte do grupo que idealizou esse projeto para a SES-DF nos 2000, onde atua como preceptora da residência em enfermagem obstétrica. Hoje, é enfermeira do centro obstétrico do Hospital Regional da Asa Norte e preside a ABENFO-DF.
Desde cedo o desejo por cuidar
“Desde criança desejava cuidar de pessoas doentes. Na UnB, minha professora de obstetrícia me conquistou para a enfermagem obstétrica. Me realizo todos os dias ao lado das mulheres que passam por minha vida”, conta. A professora em questão é Matilde Silvia Penaloza Lobos considerada uma das matronas da enfermagem obstétrica no Brasil. Gerusa também teve como professora, Marília Largura, enfermeira obstétrica e criadora da banqueta para partos.
“É realizador assistir ex-residentes que passaram pela SES hoje trabalhando na assistência no pré-natal, parto e nascimento. Muitas são empresárias na área ou trabalham no SUS, prestando um cuidado respeitoso e de qualidade às mulheres no período grávido e pós-parto, para seus bebês e familiares” afirma. Quando questionada sobre a quantidade de crianças que ajudou a trazer ao mundo, Gerusa perde a conta, pois são quase 25 anos na enfermagem obstétrica da Secretaria de Saúde do DF.
Oscar da enfermagem
Tanta dedicação à enfermagem obstétrica rendeu à Gerusa o Prêmio Anna Nery, no Congresso Brasileiro dos Conselhos Regionais de Enfermagem de 2018. Considerado o Oscar da enfermagem, o prêmio é concedido pelo Conselho Federal de Enfermagem a profissionais que tenham se destacado pelo exercício profissional exemplar. “Foi uma honra representar a enfermagem obstétrica do DF naquela noite, além de ser uma responsabilidade enorme. Foi um momento de gratidão”, relembra.
Sobre o futuro, Gerusa pretende continuar se dedicando às mães “Quando aposentar, vou me dedicar ao cuidado com puerperas. Momento especial e sensível, quando a mulher necessita ser cuidada e acolhida. Momento solitário, único e especial, diante da fragilidade que a mulher passa”, finaliza.