“Pela vida de todas as mulheres e contra o racismo, o machismo e o fascismo” esse foi o tema central da marcha do Dia Internacional da Mulher. O evento aconteceu no último domingo (08) e contou com a presença de aproximadamente 5 mil mulheres de todo o Brasil. A presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF), Dayse Amarílio e as diretoras Kelly Coelho e Ana Catarine Carneiro participaram da mobilização, além de estudantes de enfermagem.
A marcha foi mobilizada por movimentos sociais, entidades de classe e fez parte da programação do 1º Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra, que aconteceu em Brasília na semana anterior. Um dos temas defendidos pelas representantes do SindEnfermeiro foi a defesa da vida das mulheres, uma vez que no ano de 2019, o Distrito Federal bateu recorde no número de feminicídios, fechando o ano com 35 mortes.
Para a presidente do SindEnfermeiro, Dayse Amarílio, a enfermagem está diretamente vinculada com a figura da mulher, por isso, ao defender e lutar pelas mulheres é defender e lutar pela enfermagem. “É muito importante estar aqui, uma vez que a construção do sindicato e de uma sociedade se faz de maneira aberta e democrática”, afirmou.
Enfermeiros na luta pela inserção do DIU
Outro tema defendido durante a marcha foi o direito reprodutivo das mulheres, uma vez que o Ministério da Saúde revogou, depois de uma forte pressão da hegemonia médica, a portaria que permitia a atuação dos profissionais da enfermagem na inserção do DIU, cerceando o acesso às mulheres de métodos contraceptivos.
Diante dessa situação, as diretoras do sindicato orientaram as mulheres e coletaram assinaturas para sensibilizar as instâncias que decidem as políticas públicas para essa causa, uma vez que esse é um assunto muito importante para as mulheres.
“Infelizmente por uma reserva de mercado e uma visão corporativista, algumas categorias estão tirando das mulheres esse direito, por isso nós estamos aqui. Estamos aqui fazendo esse movimento de conscientização e coletando assinaturas para levar à gestão essa demanda”, finalizou Dayse.
Kelly Coelho, diretora do SindEnfermeiro destaca que o 8 de março é a ocasião perfeita para chamar a atenção para esse tipo de pauta. “Além de lutar pelas mulheres, estamos lutando por uma função adquirida pela lei de exercício profissional. O enfermeiro poder colocar o DIU é garantir o direito reprodutivo dessas mulheres que na maioria das vezes são pobres, dependem do SUS e que precisam ter seu direito respeitado”, pontuou.
Mulheres na luta
Para a enfermeira em formação, Lígia Maria, a luta pelo direito reprodutivo das mulheres é a maior bandeira de luta para a enfermagem. “O dia 8 de março é um dia em que as mulheres se organizam historicamente contra todo autoritarismo que venha contra qualquer direito conquistado historicamente pelas mulheres”, disse.
“Também estamos aqui para defender a democracia, especialmente em um momento em que o governo ameaça fechar o Congresso e o STF. Enquanto categoria de saúde estamos pautando a defesa do Sistema Único de Saúde, porque sabemos que a vida das mulheres depende de um bom funcionamento do SUS”, completou Lígia.
As quase 5 mil mulheres se reuniram em frente ao Pavilhão do Parque da Cidade e saírem em cortejo na direção do Palácio do Buriti, em seguida se dirigiram para o gramado da Torre de TV, onde o ato se encerrou.
