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NOTA DE REPÚDIO À DECLARAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA JAIR MESSIAS BOLSONARO

Publicada em 12 de agosto de 2019

Foto: Google

O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal vem, através desta nota, manifestar-se acerca da declaração feita pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em entrevista publicada no último dia 05 de agosto – onde afirma que os médicos cubanos não aprovados no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) deveriam procurar outra profissão, ou atuar como enfermeiros, ganhando menos.

Enquanto entidade representativa da enfermagem, o SindEnfermeiro manifesta seu repúdio a tal afirmação, e aproveita a oportunidade para ressaltar que não está entre as atribuições de um chefe de Estado promover a desinformação. Na verdade, é de suma importância que a população brasileira tenha pleno conhecimento de quem é o profissional de enfermagem, e a sua importância no contexto da assistência de saúde.

O exercício da Enfermagem está regulamentado pela Lei Federal 7498/86 e pelo Decreto 9.4406/87 – que estabelece a atuação privativa aos Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, e Parteiras, além de determinar a obrigatoriedade de formação superior ou técnica em instituições regulamentadas pelo Ministério da Educação (MEC).

Portanto, é errôneo afirmar que um profissional oriundo de outra área e sem formação específica tenha a possibilidade de exercer plenamente a enfermagem, tendo em vista a demanda por conhecimentos específicos que não abrangem o campo da medicina – desconsiderando seu trabalho na assistência direta à população, além da importância na formulação e execução de políticas públicas no âmbito da atenção primária.

E por fim, a afirmação atesta, ainda, o nítido desconhecimento do presidente acerca das atribuições do enfermeiro, reforçando estereótipos e preconceitos enraizados em parte da população, além de ignorar e transformar em escárnio a triste realidade vivida pelos profissionais de enfermagem no Brasil – que vem sofrendo com a falta de valorização, jornadas exaustivas e a retirada progressiva de direitos trabalhistas.

Em diversos países do mundo, a enfermagem é vista como uma das profissões mais importantes e valorizadas, enquanto no Brasil o enfermeiro é tratado como um profissional de segundo escalão. Por isso, é nosso dever lutar e não se curvar diante desta onda de desinformação.

Nós temos orgulho de cuidar e de salvar vidas. Nós temos orgulho de ser enfermeiros.