Na última segunda (13), no Clube da Saúde, o Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF) realizou Assembleia Geral Extraordinária para esclarecer o funcionamento das Portarias 77, 78 e 94 de 2017, além de questões relativas às Gratificações de Condição Especial de Trabalho (GCET), por Titulação (GTIT), de Movimentação (GMOV) e insalubridade. O objetivo do sindicato é dar transparência às tratativas que envolvem os assuntos e evitar que a categoria se baseie em boatos sobre os temas.
Confira os principais pontos tratados na Assembleia:
Portarias 77 e 78
O SindEnfermeiro acredita que o modelo de Estratégia Saúde da Família é o mais adequado para que a Atenção Primária à Saúde funcione efetivamente, no Distrito Federal.
Segundo Jorge Henrique, diretor do SindEnfermeiro, a Atenção Básica deve ser prioridade para que a Saúde funcione de forma resolutiva no DF. Você manter a atenção básica com os centros de saúde tradicionais não iria resolver, por exemplo, os problemas que temos na média e alta complexidade. O que faria com que o Governo gastasse mais em níveis de atenção que não resolvem o problema de saúde da população. O problema de saúde da população é resolvido na atenção básica”, explica Jorge.
No entanto, há uma preocupação com o modo como o processo de reformulação acontecerá. No entendimento do sindicato, servidores e usuários devem ser devidamente ouvidos durante o processo. Por acreditar nisso, todas as medidas – para que os servidores e usuários tenham voz – estão sendo tomadas, junto aos órgãos competentes.
A Coordenação de Atenção Primária à Saúde assumiu compromisso, diante do SindEnfermeiro, de realizar reuniões mensais para tratar da implementação prática da reformulação. O sindicato levará sugestões para que o processo seja implantado da melhor maneira possível.
Adesão às equipes de transição
O sindicato aconselha que todos os enfermeiros – com intenção de fazer parte das equipes de transição – comuniquem a intenção à sua gerência e a registrem, por meio do termo de adesão.
Dayse Amarílio, presidente do sindicato, lembrou a importância do enfermeiro no processo de reformulação da Atenção Primária e no modelo de Estratégia Saúde da Família (ESF). “O enfermeiro consegue coordenar e planejar as ações. Ele vai ser protagonista na conversão dos centro tradicionais para os centro de ESF. Ele que vai organizar os serviços para que as coisas funcionem em harmonia. E também vai ficar a cargo do enfermeiro, após ser treinado, o treinamento de integrantes de sua equipe, como os técnicos de enfermagem e agentes comunitários”, lembrou Dayse.
Manutenção das Supervisão de Enfermagem nas equipes
A Coordenação de Atenção Primária à Saúde trabalhava com a possibilidade de retirar a supervisão de enfermagem das equipes de transição. No entanto, como resultado da proposta feita pela Frente Única em Defesa da Enfermagem, a supervisão de enfermagem será mantida. Outro pleito do SindEnfermeiro é para que equipes de ESF já constituídas também permaneçam em suas unidades.
No fim de fevereiro, a Frente Única em Defesa da Enfermagem – composta pelo Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF), Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN), pelo Conselho Regional de Enfermangem do Distrito Federal (COREN-DF) – protocolou documento – junto à Secretaria de Saúde (SES) – a favor da supervisão e, dessa maneira, conseguiu levar à secretaria a importância da supervisão no processo de reformulação da Atenção Primária.
Critérios para que o enfermeiro mantenha-se em sua regional
Em algumas regionais, o número de servidores é maior do que o necessário para as equipes que serão formadas. Por isso, o projeto prevê que o servidor com mais tempo de trabalho na SES tenha preferência para ser mantido em sua regional.
No entanto, o SindEnfermeiro apresentou proposta para que outros critérios sejam considerados nesse processo. São eles: A especialização em saúde coletiva e em estratégia saúde da família (ESF), além do tempo em que o servidor trabalhou em ESF.
Gratificações
O Sindicato dos Enfermeiros continua tomando todas as providências para que às Gratificações de Condição Especial de Trabalho (GCET), por Titulação (GTIT), de Movimentação (GMOV) e insalubridade sejam garantidas ao servidor que tem direito de recebê-las.
Dayse Amarilio, afirma que o GCET deve ser mantido também para quem optar por fazer parte das equipes de transição. “O GCET foi criado para incentivar as Equipes de Estratégia Saúde da Família a serem formadas. Partindo desse princípio, o pagamento da gratificação não estará fora da lei ao ser mantido para os servidores que formarão as equipes nessa transição”, disse.
Em relação à Gratificação por Titulação (GTIT), o SindEnfermeiro esclarece que, na última segunda (13), uma proposta unificada (formulada por sindicatos da Saúde) foi protolocada, no Palácio do Buriti.
Os sindicatos propõem que seja permitida a apresentação de cursos da mesma natureza (de modo que o servidor consiga atingir os 30%,, mesmo sem o doutorado), além da retirada do Artigo 12 da Portaria 94/2017, que estabelece o recadastramento para o recebimento da gratificação. De acordo com Tarcisio Faria, diretor do SindEnfermeiro, cada servidor já apresentou o que deveria e as informações já existem na pasta funcional de cada profissional. Cabe a Secretaria controlar e, se achar que existe má fé em algo, fazer as investigações em seus arquivos”, afirma.
Conselho de Saúde vota pela derrubada da Portaria 94
Nessa terça (14), o Conselho de Saúde do DF votou pela reprovação da Portaria 94/2017, e recomendou sua revogação ao secretário de saúde, Humberto Fonseca. O Conselho entende que uma nova regra deve ser implementada, a partir das futuras concessões de titulação.
O SindEnfermeiro participa de reunião, na próxima quinta (16), na Casa Civil, sobre a Portaria 94. E se pronunciará, logo após o encontro, sobre qualquer mudança.