Os enfermeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) do Distrito Federal vão paralisar suas atividades durante 12 horas no dia 28 de agosto, de 7 horas da manhã até às 19 horas.
A paralisação visa sensibilizar o Governo do Distrito Federal para implementar a isonomia salarial e a reestruturação do plano de carreira dos enfermeiros do SUS. Durante o dia haverá assembleia para definir o rumo das lutas da categoria.
Logo pela manhã, a partir das 9 horas, ocorrerá um ato na sede da Secretaria de Saúde do DF, que fica no Edifício Paulo Octavio 700. Em seguida haverá uma marcha até à Câmara Legislativa, com uma parada na Praça do Buriti, em frente ao Palácio do Buriti.
A paralisação faz parte da campanha intitulada “Quem produz mais, não merece menos”, que mostra a elevada carga de trabalho dos enfermeiros em seus locais de trabalho.
De acordo com dados do Info Saúde de 2023, painel da Secretaria de Saúde, os enfermeiros lideraram o número de consultas de pré-natal. Nos primeiros seis meses de 2024, também foram recordistas em atendimentos gerais, com um milhão e oitocentos mil atendimentos. Já na Atenção Primária à Saúde (APS) também ganharam primeiro lugar no ranking, foram mais de um milhão e duzentos mil atendimentos.
Além disso, os enfermeiros ampliaram o acesso ao Dispositivo Ultra Interino (DIU) em 38,7% no segundo semestre de 2023 e realizaram mais de 6 mil partos normais no DF no ano passado.
Para o presidente do SindEnfermeiro, Jorge Henrique de Sousa, o protagonismo dos enfermeiros cresceu muito, e cresce a cada dia, por isso é justo que a remuneração acompanhe este aumento de responsabilidades e a importância da profissão.
A categoria vai aproveitar a paralisação para denunciar o aumento da violência institucional e o assédio no trabalho. Outros problemas a serem denunciados permeia o déficit de servidores na saúde, as péssimas condições de trabalho em algumas unidades, a falta de insumos e de diversos materiais e as péssimas gestões nas unidades de saúde.
O impacto dessas condições é refletido na saúde mental dos enfermeiros, com um aumento significativo de problemas psicológicos relatados entre os profissionais, que será lembrado no dia 28.
Segundo dados da pasta de Saúde, os enfermeiros representam 16,82% de todas as licenças apresentadas ao órgão em 2022, sendo a maioria dos atestados médicos referentes à ansiedade, estresse e outros distúrbios mentais.
Com mais esta paralisação, o Sindicato alerta às autoridades para a necessidade urgente de uma resposta que satisfaça financeiramente a categoria, capaz de corrigir a disparidade salarial e reconhecer o papel essencial dos enfermeiros no Sistema Único de Saúde.
Por Camila Piacesi