Nesta quarta (07), Dia Mundial da Saúde, representantes do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e do Conselho de Saúde do DF (CSDF) organizaram ato simbólico em frente ao Congresso Nacional em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), e para protestar contra a alteração da Lei 14.125/21 – que autoriza empresários e entidades privadas a comprarem doses da vacina contra a Covid-19 sem que haja a obrigatoriedade de repasse ao Programa Nacional de Imunização (PNI). O SindEnfermeiro-DF, membros do Coletiva SUS e do Centro Acadêmico de Enfermagem da ESCS (CAEnf/ESCS) também participaram do ato.
A presidente do SindEnfermeiro, Dayse Amarílio, e o secretário-geral Jorge Henrique participaram da mobilização, assim como a presidente do Conselho de Saúde do DF, Jeovânia Rodrigues, que participou representando o CNS. Os participantes respeitaram as normas de prevenção contra o coronavírus, mantendo o distanciamento uns dos outros e fazendo uso da máscara.
Durante o ato – que teve início às 9 horas e durou cerca de 1h, os presentes carregavam consigo balões, e no gramado, faixas estendidas no gramado formavam o logotipo do SUS.
“O SUS se mostrou gigante”
A presidente do SindEnfermeiro, Dayse Amarílio, ressaltou a importância do Sistema Único no combate ao coronavírus – lembrando a sua eficiência mesmo com o corte de recursos cada vez mais acentuado nos últimos anos.
“O SUS se mostrou gigante [durante a pandemia]. Mesmo com o subfinanciamento que afeta a saúde há anos, se não fosse ele [o SUS] a situação estaria muito pior. A nossa luta é para que o SUS chegue a quem realmente precisa dele”, afirmou.
Dayse ainda relembrou a ocasião do Dia Mundial da Saúde, celebrado hoje, afirmando que “a data traz a lembrança de que apesar das dificuldades, não devemos desistir, pois só travando grandes lutas podemos chegar a grandes vitórias”.
Subfinanciamento e patentes da vacina são empecilhos
Por fim, o secretário-geral do sindicato, Jorge Henrique, também apontou a questão do subfinanciamento no SUS, lembrando medidas perversas como o teto de gastos que retira cerca de R$ 30 bi anuais das áreas de saúde e educação – e ressalta que, em um cenário de protecionismo mundial no que tange às patentes da vacina, o Brasil deveria investir ainda mais recursos na compra das doses – já que não possui a tecnologia para fabricação 100% nacional.
“A ampliação da vacinação depende sim de mais recursos [para a Saúde], mas o que têm sido feito é exatamente o contrário, com medidas como o teto de gastos. E essa falta de verbas tem atrapalhado mais ainda a compra de imunizantes – além da questão da quebra de patentes das tecnologias das vacinas, já que os países desenvolvidos tem adotado uma política de extremo protecionismo com tais questões – o que obriga o Brasil a ter que adquirir as doses”, afirmou.