Por Jorge Henrique, secretário-geral do SindEnfermeiro-DF
No dia 07 de Abril, comemora-se o Dia Mundial da Saúde. Em meio a uma pandemia de proporções catastróficas, é uma questão de justiça homenagear aqueles que estão na linha de frente no combate ao coronavírus: os profissionais de saúde. São estes que estão expostos, diariamente, aos riscos de contaminação por um vírus que tem um considerável potencial de transmissão e letalidade.
Muitos profissionais de saúde, ao redor do mundo, têm sucumbido à COVID-19. Em alguns países, os profissionais chegam a ser 14% do total de infectados. Enfrentam jornadas exaustivas, com condições de trabalho desfavoráveis, onde a falta de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) faz parte dessa dura realidade e muitos profissionais ainda são apartados de seus lares e de suas famílias, para evitar a contaminação daqueles que eles amam.
Ainda assim, são os Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem, Médicos, Fisioterapeutas e outros profissionais que enfrentam, mesmo em condições adversas, um vírus que ameaça os sistemas de saúde pelo mundo. Seja na assistência direta ao paciente, nas ações preventivas, nos serviços de vigilância ou na pesquisa, os profissionais de saúde se dedicam, generosamente, a salvar vidas.
Esses profissionais constroem, bravamente, muitos sistemas públicos de saúde pelo mundo, como o SUS no Brasil, o NHS no Reino Unido, o Medicare na Áustrália e os sistemas de Saúde do Canadá, da Suécia, entre outros. São sistemas de saúde que garantem a assistência da maioria da população, principalmente dos mais pobres. No Brasil, por exemplo, mais de 75% da população utiliza, exclusivamente, o SUS.
Aqui no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) é o nosso escudo. O sistema dispõe de uma rede de instituições de ensino e pesquisa como universidades, institutos e escolas de saúde pública, possui um legado de avanços no sistema de vigilância em saúde, na vigilância sanitária, no sistema de informação, na assistência farmacêutica, nos transplantes, no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), no controle de doenças infectocontagiosas e de hemoderivados.
O SUS também desenvolveu o maior programa de imunização do mundo, sendo autossuficiente na produção de imunobiológicos, e possui a Atenção Primária em Saúde (APS), que vincula cerca de 60% da população brasileira às equipes de Saúde da Família, podendo ser nossa grande arma no combate ao coronavírus.
Infelizmente, antes da pandemia, países como a Grécia, Portugal, Espanha, Alemanha, Inglaterra reduziram investimentos em políticas públicas, com impactos negativos para os serviços públicos de saúde, como a queda da qualidade da assistência, fragmentação da gestão dos serviços, redução da cobertura assistencial da população e privatizações.
No Brasil, A Emenda Constitucional 95 (EC 95) reduziu ainda mais o financiamento do SUS que, em tempos de pandemia, enfrenta problemas na manutenção da rede de serviços, na remuneração de seus trabalhadores e no investimento para a ampliação da infraestrutura pública para o combate ao coronavírus.
A COVID-19 exige dos governos a proteção do direito universal à saúde. A defesa da vida exige o compromisso dos profissionais e da população na defesa de um SUS público, gratuito e de qualidade. Para isso, é importante defender que o financiamento adequado para as políticas públicas de saúde só é possível com a revogação imediata da EC 95.
NO DIA MUNDIAL DA SAÚDE, FIQUE EM CASA E DEFENDA O SUS!